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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Yaveh: o "touro" de Jacó, e não "o Poderoso"

Imagem antiga, com Yaveh em forma de touro, com genitálias (que significavam fertilidade) expostas, e Aserá, sua esposa, sentada ao fundo


1. Em Gênesis 49,24 está escrito, na Bíblia de tradução de Almeida, Revista e Corrigida, o seguinte:


"...mas, seu arco permanece firme, seus braços e mãos desembaraçados pelas mãos do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, que é a pedra de Israel". 




2. A expressão "poderoso de Jacó", na língua original da escrita veterotestamentária, ou seja, o hebraico, é composta das palavras seguintes: אֲבִ֣יר יַעֲקֹ֔ב (abir yaakob), que pode ser traduzidas por "forte de Jacó" ou "poderoso de Jacó". 

3. O interessante é que essa mesma palavra hebraica, no caso abir, quando posto o daguesh que lhe é próprio (daguesh é um sinal diacrítico que transforma a vocalização e o significado de algumas letras hebraicas, no exemplo acima o de bet (בּ) se transformaria em vet (ב); a palavra passaria a ser vocalizada como avir, significando "touro" e não "poderoso". 

4. Quem fez propositadamente essa mudança foram os massoretas, visando à obtenção artificialmente de uma nova palavra que afinal não poderia significar "touro". Mas é justamente dessa forma que conseguimos ver a plausibilidade da ideia de que yaveh, que é um dos deuses do panteão patrístico dos hebreus antigos, tenha sido chamado de "touro" e reverenciado como tal por muitas décadas. 


5. Isso explica a afinidade das referências textuais mais antigas do deus hebreu com a ideia imagética de um touro, em aspectos elementares e constituintes do panorama religioso veterotestamentário, principalmente em se tratando do Pentateuco. Também explica a utilização do touro em vários outros pontos fundamentais da construção de uma liturgia de templo em tempos subsequentes aos da originação do protótipo cultural-sagrado de Israel. 




6. O sincretismo também é notório nesse aspecto, considerando que os cananeus possuíam a ideia de um deus touro bem antes da invasão semítica em suas terras, com a figura de El, Baal, e toda a família divina de seu panteão. 

7. Finalizando, os massoretas tentaram ser espertos, mas a exegese crítica da Bíblia consegue ser mais eficiente, e desvela essas entrelinhas que não são visíveis em traduções como a de Almeida e nenhuma outra. 



"Ele tem a glória do primogênito do seu touro, e os seus chifres são chifres de boi selvagem; com eles rechaçará todos os povos até às extremidades da terra; estes pois são os dez milhares de Efraim, e estes são os milhares de Manassés". 

Deuteronômio 33:17



André Francisco


6 comentários:

  1. Incrível! Você consegue ser ignorante, arrogante e desonesto ao mesmo tempo! Deixe-me desmontar esse amontoado de tolices antes que alguém acredite nelas.

    1) Não há nada, absolutamente nada que relacione as imagens que estão nesse texto ridículo com o Deus em que os antigos hebreus adoravam.

    2) Não há nenhuma razão para supor que os massoretas retiraram o daguesh da letra bet. Onde estão as provas disso? E se não há provas, como se pode afirmá-lo assim, categoricamente, como se fosse uma verdade comprovada? Essa teoria não passa de contorcionismo para tentar justificar uma ideia absurda, sem nenhum fundamento.

    3) A passagem do Deuteronômio se refere a José, não a Deus, e usa a alegoria de um touro para expressar poder de batalha.

    Cresça. Seja honesto.

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    1. Olá, Henrique, obrigado pelo comentário.

      Respondendo a sua análise destaco:

      1) A primeira imagem é uma tábua de argila encontrada em escavações arqueológicas, muito conhecidas há bastante tempo, em que está gravada a frase: “Eu te abençoo por Yahweh de Samaria e sua Asherah”. Ela é datada do século VIII a.C, período em que Israel, sem dúvidas, ainda não havia fortalecido sua religião monoteísta pós-exílica. Ou seja, eram politeístas;

      2) Como você mesmo citou, essa é uma teoria a respeito da interpretação da palavra Touro nesse sentido do texto. Diversos especialistas, até hoje, discutem sobre esse possível significado. Optei por considerar a ideia acima como mais provável pela quantidade de provas disponíveis. Você pode fazer o contrário, se quiser, porém, possivelmente, não logrará êxito; e

      3) Essa interpretação vem sendo defendida há bastante tempo, mas é completamente desprovida de provas crítícas quando atribuídas a uma hermenêutica séria. Infelizmente apenas na dogmática religiosa se encontra tal atribuição exegètica.

      OBS: A segunda imagem é meramente ilustrativa.

      Até mais!

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  2. Há debates sobre esse assunto e não provação.

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  3. Se ele é um touro então pq não está de 4?

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  4. A letra ALEPH ou ALEF hebraica representa um touro ou um boi. Touro é o macho que não foi castrado, servindo principalmente para reprodução; boi é o macho castrado, servindo principalmente para ajudar o ser humano na agricultura. A letra ALEPH também lembra o jugo (ioga em sânscrito significa jugo, união, conexão). O glifo do qual a letra ALEPH se originou é uma simplificação do hieróglifo para touro/boi. Ou seja, não tem como refutar a informação do artigo.

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  5. O problema que muitas pessoas têm em aceitar essa verdade é porque confundem uma função (de característica) com a própria coisa. Ou seja, hoje em dia quando dizemos que alguém é uma raposa não estamos dizendo que esse alguém é o animal, mas que apresenta uma função (qualidade) de uma raposa, que é a esperteza. O mesmo vale para coruja (alguém sábio), cavalo (alguém grosseiro), etc. O boi é a força que puxa o arado para que haja boas colheitas; Javé, o Boi, é a força, energia, o conceito, que move a Palavra naqueles que permitem o jugo a união, a conexão. A Palavra é o arado, é o que diferencia o ser humano de outros animais. E entenda a Palavra como tudo o que traz luz, consciência, paz, amor...

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